As cidades ideais são aquelas construídas para todos, independente do seu gênero, classe social ou limitação física. Entretanto, cada grupo urbano estabelece sua própria relação com o espaço que o cerca e possui diferentes visões do que deveria ser feito para otimizá-lo. Como seria a cidade ideal segundo arquitetas, urbanistas e pesquisadoras? Como tornar os espaços urbanos mais seguros ou adequadas para as mulheres? Por que a questão do gênero ainda se apresenta de forma diferente também na forma como os espaços urbanos são projetados? E o que narrativas sobre cidades tem a contar sobre a realidade atual desses espaços? Nesse blogpost você irá conferir 4 livros escrito por mulheres que trazem reflexões, sugestões e diferentes pontos de vista acerca do espaço urbano e como ele pode se desenvolver cada vez mais de forma inclusiva. Confira!
1 – Quarto do despejo – Carolina Maria Jesus
Esse é um livro que foge do convencional quando falamos dos espaços urbanos porque aborda uma temática pouco explorada e, também, bastante marginalizada: a fome e a pobreza. Carolina era moradora na favela do Canindé, em São Paulo, que hoje é o espaço ocupado pela Marginal Tietê. Em forma de diário e de um jeito bastante poético, ela narra seu dia a dia e a realidade no seu entorno em uma espécie de crítica social biográfica dolorida e sensível.
2 – Rua Augusta – Maria de Lourdes Teixeira
Maria de Lourdes Teixeira foi uma escritora, jornalista e tradutora brasileira e a primeira mulher a ser eleita para a Academia Paulista de Letras. Rua Augusta é um dos seus romances mais famosos, que retrata, por meio de questões existenciais, um pouco da aura da época, as transformações da juventude, a vida dos imigrantes italianos e dos pioneiros bandeirantes que povoaram e transformaram a cidade.
3 – Morte e Vida nas Grandes Cidades – Jane Jacobs
Jane Jacobs foi uma renomada jornalista que passou grande parte da sua vida pesquisando sobre como seria a cidade ideal para se viver e, dessas buscas, escreveu em 1961 um clássico do urbanismo: Morte e Vida nas Grandes Cidades. O processo de gentrificação, que é o processo de transformação dos meios urbanos por meio da mudança dos grupos sociais ali existentes; a ocupação dos espaços pelos carros; a importância da diversidade e outras questões importantes que se aplicam, até hoje, nos conceitos de urbanismo como conhecemos.
4 – Guerra dos Lugares – Raquel Rolnik
O livro “Guerra dos lugares: a colonização da terra e da moradia na era das finanças”, de Raquel Rolnik, critica as políticas de planejamento modernistas que, para a autora, destroem muitas comunidades de áreas centrais existentes. A obra aborda o processo global de financeirização das cidades e seu impacto sobre os direitos à terra e à moradia dos mais pobres e vulneráveis. Rolnik acreditaque as pessoas, uma vez excluídas d o convívio político e social, sentem cada vez mais a necessidade de exercer o ‘direito à cidade’ e citou exemplos recentes de manifestações por conta do direito a terra no Brasil, como a dos cariocas com o Porto Maravilha e a dos pernambucanos, com o Cais Estelita. Sua obra foi um dos pilares para a criação do movimento Novo Urbanismo, que surgiu na década de 1980.
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